09 janeiro 2012

Cinco Sentidos.

Pudera eu tocar a Aurora
e ver tudo mudar de cores...
Elas que sempre me acompanham.
Pudera eu tocar em uma bolha de sabão.
Assim, com o indicador...
E ter todas as partículas evaporando em brilho.
Aquele brilho antigo e antiquado
que faz com que as coisas tenham um sabor diferente.
E sentir o cheiro da chuva
caindo sob o corpo em uma tarde quente de verão.

Pudera eu ouvir uma sinfonia nova ao longe
e saber que ela foi feita para mim.
Daquelas que enchem os olhos d'água.
Que faz o coração acelerar.
E o corpo estremecer.

Só que de pudera a gente não vive.
E de viver de pudera a vida se esvai.
Não sobra nenhum sentido.
Nem cinco, nem um.

Mas de poder os sentidos voltam
A vida se reconstrói.

Sobram os cinco e mais "uns".

03 janeiro 2012

Sentimentos...

Hoje, só um sentimento esquisito...

Que não se nomeia.
Que não tem filiação.
Carente de adverbio.
Antagônico e invasivo.
Talvez tenha vindo como Shiva
Que destrói pra construir.
Que se renova diante da dor.
Com seus olhos abertos
Invadido de mar em fúria.

Esperando o sopro suave do próximo suspiro...