09 fevereiro 2011

"ELE" EM FOCO.




Ele se mostra através das minhas retinas.
A mesma que eu sonhara que imprimisse imagens

Quisera eu, que todos a seu modo, também pudessem ver.



Está na simplicidade.

Ele se mostra nos contornos.

No calor e no aconchego do sono tranquilo.



É a substância de que a alma é feita.

Bela é a retina que pode ver essa pureza.

Me surpreende e ainda toca.



Ele ainda tem seu lugar no vai e vem da metrópole que não pode parar

É inspiração para olhos cansados e marejados.



Está em toda parte, em todo canto

Ele quer ser notado, interferido, sentido...



Surge como um flash

Naquele instante em que o mundo parou



Ele se mostra em detalhes, nas curvas e acentos

E só pede um segundo de atenção.

Ele vem na contra mão

Passeia por ruas tortas, por vagas lembranças, remotas, mas sempre presentes.



É presente!



Sorte daquele alí em foco que pôde ver

Ele nem se vê e já foi

Foi com o calor, com o tráfego, com a pressa

Ficou como figura, como passagem...



Mas foi.

05 fevereiro 2011

A menina dos dedos cor-de-rosa.








De toda sua delicadeza ela se despiu.
Desnudou sua alma, peça por peça.

A menina dos dedos cor-de-rosa não quer mais alimentar o sol.

Ela engoliu seu sopro.
Justo ela, que pastoreia as nuvens.

Cobre o céu com colorido das pontas dos dedos

Ela tem surtos de delírio
Justo ela, que sorri sem motivo.

Ela tem o toque suave
E o encantamento daqueles que brilham.

A menina encantada não quer mais amanhecer.
Mais uma vez molhou sua face, jurando com rubor de alma secar suas lágrimas.

Ela enche de alegria os olhos dos outros
Justo ela, que nunca foi tocada

Ela espera pela noite
Espera que um dia possam se encontrar.

Sempre tão perto, sempre tão longe... sempre na espera.