16 dezembro 2013

MENINA DO FAROL.


Ela perdeu o compasso, mas ainda conta as horas.
A música vem do farol, onde ela deixou seu olhar.
O som do blues encoberto pela névoa trás a sensação de solidão.
Ela espera, apegada no relógio de pulso cheio de atrasos.
Mais um romance, mais uma pausa...
De lá do fundo do mar vêm as luzes dos navios que nunca a deixam dormir.
Os dois anseiam por uma nova viagem, por novas paisagens...
A essa altura os pássaros já se aninharam nas janelas.
Aquelas que dão para a montanha.

É noite e faz tanto frio.
A areia gelada entre os dedos dos seus pés mostra que ainda há vida pulsando...
A lembrança daquelas palavras tão suaves e delicadas quanto os dedos dele, sempre que tocava piano.

Seu coração foi lançado ao mar.
O vestido longo e branco trepidando com o vento forte, parece dançar ao som da música de fundo.

É ali que ela espera.
Aspira pelo retorno dos seus olhos.
Reza para que a maré devolva seu sorriso.

Ela ficará lá... Até sé se tornar estátua de sal.
Feita de lágrimas e amor.
Assim será exibida no alto do penhasco.
E todos os homens (finalmente) irão amar a moça do farol.


24 novembro 2013

Ribeirinho.


Seus vales, suas campinas, seu ribeirão.
Suas estradas correm ao meu encontro.
Suas águas me inundam, lavam minha alma com todo o prazer.
Cada canto desse verde foi feito para o meu deleite.
Quando o céu toca o horizonte me sinto acariciada por ti.
E é para mim que seus olhos se voltam.
É por mim que sua boca procura.
Seu cerne, sua carne.
Latente e permanente.
Me invade de doçura e fúria, me estremece, pulsa, me faz gemer.
É poesia na forma mais intensa.
Agora faço parte desse seu quintal de sonhos.
Me conduz pelas estradas mais belas, rompendo cada porteira.
Agora somos amantes na imensidão...
E todos os elementos são por nós.





23 novembro 2013

Doce Como A Chuva.
















Ela cai de mansinho lá fora.
Embala os meus sonhos.
Ela me lembra você.
Toca o chão com a mesma doçura que me toca os lábios.
É tão cristalina quanto o amor que brota em nós.
O som da chuva me faz lembrar de tudo o que sussurra aos meus ouvidos.
Não tem pressa e não faz promessas.
Pode vir arrebatadora como uma tempestade, ou mansa como um gotejo em uma noite quente de verão.


"Seremos sempre como a chuva, levando à terra a beleza de recomeçar."


15 novembro 2013

Me queira bem. Meu bem.


Você é meu menino amarelo.
Que dança e se exibe todo brilhante na minha paleta de tintas.
O amarelo é tudo o que dá vida.
Como é primeira, nutre todas as cores.
É o que dá alegria à vida e deixa tudo mais claro, mais límpido.

Como o sol.

É como o dente de leão antes de se tornar penugem branca.
É a borboleta mais feliz do meu jardim.
É a areia da praia que me leva ao mar.
É o coração do mal-me-quer.
Bem-Me-Quer, Mal-Me-Quer...
Bem-Me-Quer, Mal-Me-Quer...
Bem-Me-Quer, Bem-Me-Quer...









11 novembro 2013

Lógica Temporária. Insanidade Permanente.


Coisas que tem explicação, mas não me importa.
Lya Luft me lembra luftal e meninas que brincam no meu quintal.
Criatividade sempre me leva a algo cretino, ao som do tango, mas nada argentino.
E doce parafinado que desde a mais tenra idade, nunca soube se era doce feito de vela, ou doce para gente morta.
Essa minha vida é realmente toda muito torta.

Monsenhor.


Ah, meu senhor,
me acorrenta em teu coração.

Me obriga a colher fruta do pé.

Me deixa com cheiro de manga e frescor de hortelã.

Me faz ruborizar,
vermelha carmim.

E que tão viciada eu fique, pois, ao me libertar
eu não queira saber de fugir.

Ingere-me com Moderação.


Te despertei do teu sono menino.
Para levar aos seus olhos doces gotas de poesia.
Assim como uma droga que se ingere com cautela e lentamente.

Tenha cuidado ao me ler.
Podes até me degustar como um vinho.
Mas saiba que meu excesso leva grandes dores no novo dia que nasce.

Sussurros Implorados.


O som das horas me desperta os ouvidos.
A luz do abajur ilumina minha calma.
Te leio incansavelmente até o fim.
E de fim em fim, costuro um novo recomeço

Você me pediu um poema, com sabor de jabuticaba.
Te dei um verso, como uma rosa em botão pronta para desabrochar.


05 novembro 2013

Menina.

                                      Menina dos olhos d'água,

Carinho nunca é demais.

Menina formosa, toda dengosa,
Me dá asas pra voar.

Seu coração batendo no meu peito,
Faz esse inverno acabar.
A bela que é tarde,
Sabe a noite reinventar.

Faz manha de gata,
E colore minhas manhãs.

No vale dos seus olhos d'água menina.
Santa clara, clareai.

Nesse emaranhado,
Os meus dedos nos seus cabelos de sol.
Ah, girassol.

Rodopia nos meus sonhos menina
Me dá colo, me acalenta.
Me dá asas pra voltar.

EM CENA

Sobe o pano...

Ela está jogada, imóvel, inerte...
Sobre a mesa de papéis sem valor algum.
Nos olhos já negros, uma mistura de alegria e dor.
Intacta, nua...

Completamente entregue ao vazio.
Enebriada, com um rosto puro e angelical.
Suspirando de aflição.

Enlaçada em suas fantasias
Ameaçando a moralidade ela deixa que a vejam.
Ela é um poço profundo de mistério, e não se deixa revelar.

Na sua face brota um leve sorriso
E uma lágrima se desenrola até seus lábios
Ela olha fixamente para o nada
E quando em seu espírito surge a esperança...

Cai o pano...

08 outubro 2013

Engasgo.

E aí, nessas horas, eu tenho vontade de chorar de desespero, por não saber o que fazer, por usar tantas vírgulas inadequadas e por ter a cabeça abarrotada de pensamento, o coração de sentimentos e uma agonia latente...

Sentindo falta de mostrar os dentes, de contar o que se passa aqui, de desistir, de insistir, é tanta coisa confusa, tanta coisa guardada, tanta vontade de viver e de abandonar...

A vida fica redundante, a falta fica constante.

Tô com vontade de sumir com a métrica, de danar a ortografia, explodir a razão...

Eu poderia culpar o coração, esse cretino idiota, mas nem sei se é ele mesmo que anda aprontando por aqui...

Esse pensamento torpe, a mente inquieta que me prega peça.

Só me resta ficar nessa vida e tentar não deixar de sentir...

17 setembro 2013

Fica, vai te bolo!






Todas as minhas letras, minhas palavras, minhas canções...
Elas ficaram pra depois.
Desde que vi meus olhos refletidos nos seus.




Perdoe o jeito que te olho fixamente.
É que esse seu sorriso faz o meu ficar bobo.
E esse jeito de menino, que tira meu ar e colore meus dias.



Dia após dia eu tento te decifrar.

É esse seu abismo que esconde o que eu preciso saber.
Isso me assusta.
Eu tento me controlar, mas você me atrai sem perceber.
Não me importa de onde você vem.
Só importa que você fique... Fica.

10 junho 2013

RIMAZINHA BOBA!

Meu coração vive descompassado.
Batendo apressado.
Chegando atrasado.
Vivendo de passado.

Fica apertado.

Sem você do lado.
Fica assim amarelado.
Todo acabado.

E não é apropriado

Ficar assim tão arraigado
Se sentindo azarado
Coitado!

Ah, Coração... Não fica assim não!
Sem direção.

Na contramão.
Negando perdão.

Já de antemão.

Aceita a afeição.
Escuta a canção.
Não se faz de durão.

Bobão!




12 fevereiro 2013

DIAS DE ONTEM.


Nos dias cinzas de verão,
sua falta se faz presente.
O passado arrebenta as portas do meu coração.
Levando as águas que ficaram pra amanhã.
Ontem eu vou embora.
E aqueles dias de hoje me lembram de te buscar.
Aquilo que era dentro de mim ainda não se acaba.
E a parte que é, não fez por mal.

Só deseja incansavelmente que nada apressasse

o final.

31 janeiro 2013

PRA VOCÊ! PEDAÇO DO CÉU...

Hoje eu só queria você aqui...
Nem que fosse pra me perguntar se eu já fiz a compra do mês na sua geladeira.

Eu daria qualquer coisa pra ouvir sua voz dizendo:
"Quanto mais eu rezo mais assombração me aparece."

Hoje eu só queria esse par de olhos azuis.
Dizendo que me ama, daquele jeito torto que só você tinha.

Eu daria qualquer coisa pra ter você "irritado" me falando:
"Tá... deixa que eu faço isso pra você!"

Hoje eu queria você aqui...
Nem que fosse pra você me contar as histórias malucas da sua vida.

Eu daria qualquer coisa pra dividir minhas tristezas e alegrias.

Hoje eu só queria seus braços firmes.
Me conduzindo ao som da orquestra...
"São dois pra lá, dois pra cá."

Hoje eu daria qualquer coisa pra sentir o cheiro da sua comida.
Daquele resto de ontem que tinha na geladeira e que se transformava em um novo sabor.

Hoje.
Ontem.
Amanhã.

De tudo que eu tinha pra querer...
Eu só queria você aqui!




"Quando a saudade é demais a menina dos olhos d'gua se entrega a falta do pai!"

https://www.youtube.com/watch?v=UqCEPytSFqU