29 maio 2011

ELE ME DESEJA.


Ele me deseja.
Eu corro até a janela e me perco em meio às cortinas.
Mas que cortinas?
Minhas janelas não têm cortinas, aliás,
não tem nem janela.
Ele me corta como uma navalha
rasga meu corpo.
Escoa todo meu sangue.
Ele me deseja.
Um desejo tão forte, que me queima,
Num fogo que me arde.
Ele estupra minha alma.
Me rasga, me possui, ele possui meu coração.
Eu sinto meu corpo tremer e meu coração bate.
Ele pulsa.
E num súbito gemido, um grito um impulso.
Senti sua respiração ofegante.
Ele me deseja
Me provoca, me divide, me arrasta.
Em meio às cortinas e à janela que não existe.
Ele me deseja, cruza seus braços em mim.
E no meio da loucura, uma “luz escura”,
ele me sangra.
Agora, eu estou.
Agora, eu estou morta...
Assim... como ele me deseja.

16 maio 2011

Encantado.

Pois não tenha medo...
Podes adormecer em meus braços.
Aconchegue-se no meu calor.
Se teu sono estiver agitado, ouça minha voz no seu ouvido:
"Calma. Eu estou aqui!"
Fique tranquilo.
Sei que também tenho meus medos, eles ainda me assombram.
Ontem eu estava perdida em um quarto escuro...
Hoje ele é branco, mas ainda é vazio.
Mas sinto tanta vontade de me permitir, de parar de pensar.
Vontade que uma estranha energia louca me domine.
De não me preocupar com palavras e atitudes.
Vontade de ter 15 anos e viver tudo tão intensamente
que as pernas fiquem fracas.
Que a emoção esteja à flor da pele.
Vontade de não sentir vergonha.
De querer tomar tudo num gole só!
E que o tempo de temer tenha ficado pra trás.
Que a mente não dê voltas tentando entender o que não necessita de compreensão...
Mas se ainda assim você estiver dividido e temendo,
saiba que posso esperar.
Só não quero me arrepender depois de não ter lhe dito...
­- Vá!


05 maio 2011

Isso.é.só.um.desabafo.

"Deixe-me ir preciso andar, vou por aí a procurar... rir pra não chorar!"
Porque me sinto tão mal?
Tão insegura!
Queria me ver pelos olhos de algumas pessoas.
Tão bela, ácida e divertida, inteligente e sagaz, sexy e sensual...
"Apurada", "especial", "encantada", "única", "rara"...
"A rosa" de Pixinguinha...
E é assim que algumas pessoas me veem.
Talvez seja a distância, talvez seja o mistério.

Me pergunto, por vezes,  se eu não sou um monstro vestida de imaginação.
Que razão eu poderia ter em pensar que talvez se me conhecessem de verdade, veriam que eu devo ser esse monstro que é sempre abandonada na beira do altar...
Os olhos são para a outra, o gosto na boca ainda é o dela, o cheiro ainda está preso nos lençóis.

(Mas que fique bem claro. Isso.é.só.um.desabafo!)

01 maio 2011

Bêbada.Rouca.e.Louca.

Hoje não há compromisso com métrica,
Com forma,
Com razão...

Hoje só a fumaça, o vento frio na cara, a música e a loucura!
A tontura entorpecente, a felicidade que não tem fim.

Mais um trago, mais uma dose.
O foco no alto, chão é lugar de cuspir...

Em Bre A Ga Da.
Foi assim que surgiu, o corpo adormecido e a cabeça querendo gritar.
Cry baby... cry!

Hoje eu sou mais pura, mais intensa, mais eu.
E aquilo de outrora... FICOU PRA TRÁS!

O mundo gira dentro de mim.
Dentro, fora, explodindo em cor.

O doce som do B (si bemol) soando alto em meus ouvidos...

Ut queant laxis,
Resonare fibris,
Mira gestorum,
Famuli tuorum,
Solve polluti,
Labii reatum.

E que sentido espero eu?
Só sentir, sem sentido, sem razão, sem postura, sem voz.

Bêbada, rouca e louca.
O corpo jogado, nú, sem amarras, sem preconceitos.
Sem vergonha... sem razão.

HOJE... eu sou mais eu!