08 novembro 2011

Cheiro.



Lá.
Lá.Tem.
Lá.Tem.Cheiro.

Tem cheiro de noites quentes e alaranjadas.
Cheiro de pizza e coca-cola.
Cheiro de TV, filmes e amigos.
Tem cheiro de cigarros na varanda.

Lá tem cheiro de incenso sempre aceso.
Tem cheiro de cachorro soprando com o focinho na fresta da porta.
Cheiro de tardes ensolaradas
Cheiro da sala invadida pela luz da tarde

Lá tem cheiro de novidade.
Tem cheiro de saudade.
Cheiro de silêncio.
E cheiro de passarinhos que te acordam de manhã.

Lá tem cheiro de primavera e de abelhas em flor.
Tem cheiro de café fresquinho.
Cheiro de chuva.
De bolinhos de chuva.

Tem cheiro de cama nova e de giz de cera.
Cheiro de nuvem e vento formando desenhos no céu.
Tem cheiro de sono e preguiça.
Cheiro de inspiração...

Lá.
Lá,Tem.
Lá.Tem.Eu.

01 novembro 2011

Sem fim.

Escrevo eu mesma nessas confusas e mal traçadas linhas.
Entremeio e entrelaço a música e a saliva.
Ouço passar o vento e sinto coisas que inevitavelmente ficaram para trás.

Agora a alegria desse silêncio fica por demasiado abstrato.
Visto de cima por seres imperfeitos,
Na serenidade dos sonhos de outrem.

Essa sensibilidade vulgar que me persegue arrepia todo meu corpo.
Agora eu sou toda poesia
Mas Pessoa já disse que poeta é fingidor.


Esse pensamento incerto de tudo garante uma estrela a mais no céu...