06 dezembro 2012

QUIMERA.

Ela, enfim, com o corpo exausto, se entregou.
Não foi o sono dos justos,
o sono dos fortes.
Foi o apocalipse, o fim dos tempos,
o fim da morte.

Pudera ela se entregar por inteiro.
Mas faltava metade, faltava-lhe a sorte.
Que se perdera, outrora...
quimera.

De pequenos pedaços, feito quebra-cabeça,
feito quebra-queixo, feito quebra-aço.
E faltava peça nesse entrelaço.

Pequenas fagulhas feitas de espaço.
Uma pausa, um contra tempo, um regaço.
Uma contra partida, um segundo, um abraço.

Com o corpo partido, em pedaço, no espaço,
o queixo de ferro e o peito de aço.
E no entrelaço, um regaço contido faltando um abraço.

Perdida no tempo, perdida na hora,
perdida na morte, entregue ao

cansaço!