29 maio 2011

ELE ME DESEJA.


Ele me deseja.
Eu corro até a janela e me perco em meio às cortinas.
Mas que cortinas?
Minhas janelas não têm cortinas, aliás,
não tem nem janela.
Ele me corta como uma navalha
rasga meu corpo.
Escoa todo meu sangue.
Ele me deseja.
Um desejo tão forte, que me queima,
Num fogo que me arde.
Ele estupra minha alma.
Me rasga, me possui, ele possui meu coração.
Eu sinto meu corpo tremer e meu coração bate.
Ele pulsa.
E num súbito gemido, um grito um impulso.
Senti sua respiração ofegante.
Ele me deseja
Me provoca, me divide, me arrasta.
Em meio às cortinas e à janela que não existe.
Ele me deseja, cruza seus braços em mim.
E no meio da loucura, uma “luz escura”,
ele me sangra.
Agora, eu estou.
Agora, eu estou morta...
Assim... como ele me deseja.

2 comentários:

  1. Flor,

    Ler um texto qualquer, ainda que necessário, só faz sentido quando existe um contexto em que ele se encaixa.

    Para ler seus textos, temos que usar nosso próprio, para que possamos aceitá-lo em nós e entendermos de alguma forma. Nesse sentido, seu texto me trouxe uma reflexão em algo muito particular.

    Por outro lado, depois da conversa que tivemos à tarde, tive a oportunidade rara de talvez lê-lo sob sua experiência e do por quê escrevê-lo.

    Sinto-me um privilegiado!

    Bjooo ;)

    Luís

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  2. Poxa querido...
    Que bom ler suas palavras, ainda mais vindo de alguém que me surpreendeu com sua primeira "cronica"

    Obrigada Luís.
    Beijos.

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A menina dos olhos d'gua fica muito feliz!